O SINDEPOMINAS é uma sociedade sem conotação político - partidária, sem fins lucrativos e sem orientação religiosa, com atuação pautada nos limites da lei e dos interesses nacionais.
Contato
R. Salinas, 917 - Floresta, Belo Horizonte - MG, 31015-365
Abrir no Waze
REAJUSTE DE 10,06% PROPOSTO POR ZEMA IRRITA LIDERANÇAS DA SEGURANÇA PÚBLICA
25fevereiro / 2022
Além de apontar ausência de diálogo, líderes sindicais cobram o cumprimento do acordo firmado em 2019 para a recomposição de 42%
O reajuste de 10,06% ao funcionalismo público anunciado pelo governador Romeu Zema (Novo), nesta quinta-feira (24), aumentou a escalada de tensão entre o Palácio Tiradentes e as lideranças da Segurança Pública. Quando os secretários de Estado de Governo, Igor Eto, e de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, detalhavam a proposta do governo de Minas, os líderes sindicais convocavam uma coletiva de imprensa, no fim da tarde desta quinta, para convocar nova mobilização dos servidores da Segurança Pública, nesta sexta-feira (25), às 9h, na Cidade Administrativa.
O vice-presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares (Aspra/PMBM), Marco Antônio Bahia Silva, afirma que a proposta “caiu como uma bomba” entre os servidores da categoria. “Nós, que negociamos durante dois anos com o governo, esperávamos, primeiro, que ele viesse negociar com a categoria, como ele fez lá em 2019. Segundo, ele anunciou (o reajuste) sem nenhum discussão ampla com as entidades de classe, com os deputados ou com os comandos”, aponta.
Questionado, o vice-presidente da Aspra/PMBM não descarta eventuais aquartelamentos de policiais e bombeiros militares. “Pode haver atos espontâneos nos quartéis neste momento, haja vista que nós temos vários grupos de WhatsApp em que já estão perguntando em que dia nós vamos parar a Polícia Militar. Não tenho dúvida de que a partir de amanhã (sexta-feira) pode haver sim uma reação espontânea de todos os militares por um aquartelamento”, admite Bahia.
O presidente do Sindicato dos Policiais Penais de Minais Gerais (Sindppen/MG), Jean Carlos Otoni Rocha, pontua que a responsabilidade de eventuais conflitos em unidades prisionais é de Zema. “Ontem nos reunimos com o secretário de Segurança Pública e Justiça (Rogério Greco) e ele sabe muito bem que são 182 unidades com 60 mil pessoas custodiadas. Nós passamos para ele a responsabilidade do que pode acontecer neste final de semana. Unidades que foram projetadas para mil presos estão com três mil; unidades projetadas para cem estão com 300”, avalia.
De acordo com a diretora de Comunicação Social da Confederação Brasileira de Trabalhadores de Policiais Civis (Cobrapol), Aline Risi, policiais civis já acionaram as entidades de classe para manifestar o descontentamento com a “bomba” de Zema. “Inclusive, a gente estava entendendo que todas as negociações que estavam sendo feitas nesta semana era para resolver o problema da Segurança Pública, essa discrepância em relação às outras categorias que já haviam tido a recomposição inflacionária”, questiona.
O assessor do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado de Minas (Sindpol/MG) Wemerson Oliveira avalia a proposta de reajuste de 10,06% como “um tiro no pé” de Zema. “Um absurdo maior ainda é ele querer separar, distanciar mais ainda os servidores pensionistas dos policiais da ativa”, refere-se à proposta de aumentar de uma para três parcelas o abono-fardamento. “Até porque isso não quer dizer que vai ser permanente e, ainda assim, está bem aquém da recomposição real que nós merecemos e que é justa para todos os servidores”, completa Oliveira.
Os deputados federais Cabo Junio Amaral (União Brasil) e Subtenente Gonzaga (PDT), assim como os estaduais Sargento Rodrigues (PTB) e Coronel Sandro (União Brasil) estiveram presentes. Tanto os parlamentares quanto as lideranças sindicais cobram o cumprimento do acordo costurado entre as forças de Segurança Pública e o governo de Minas em 2019. O Executivo e a categoria pactuaram uma recomposição salarial de 42% à época, dividida em três parcelas: uma de 13% em 2020 e outras duas de 12% em 2021 e 2022. No entanto, Zema vetou a incidências das duas últimas.