Investigação identificou a atuação da quadrilha, que extraia o material em Ouro Preto e descarregava em um empresa de Sete Lagoas. Toda a operação era feita durante a noite para não chamar a atenção

A operação Ouro de Minas, prendeu, em flagrante, seis membros de uma quadrilha responsável pela extração e transporte ilegal de minério de ferro entre Ouro Preto e Sete Lagoas. Os detidos foram presos entre a noite de quinta-feira (19) e a madrugada de sexta-feira (20). Também foram apreendidos três caminhões usados no transporte irregular, dois deles carregados com mais de 27 toneladas de minério cada.

Segundo a investigação realizada pela Policia Civil, o grupo realizava de cinco a sete viagens por noite, com cada veículo carregando entre 25 e 29 toneladas de minério de ferro. A quadrilha também é acusada de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e de usurpação de bens da União.

Para o delegado João Prata da Delegacia Especializada de Repressão a Roubo de Bancos, a organização criminosa extraía ilegalmente o material de uma área próxima a Ouro Preto, em que o proprietário havia uma autorização para terraplanagem.

"O material era levado até uma empresa em Sete Lagoas por caminhões que rodavam durante a madrugada, para não levantar suspeitas. Acompanhamos o transporte feito por um destes motoristas para comprovar que o material retirado em Ouro Preto era o mesmo descarregado em Sete Lagoas", explicou o delegado.

Cinco dos seis presos em flagrante são motoristas dos caminhões que carregavam o minério, o sexto detido é o dono da área de onde o produto era extraído.

O grupo vinha sendo acompanhado há mais de quatro meses, quando surgiu a denúncia de negociação irregular de minério de ferro. "Ainda não temos uma estimativa de quanto material foi retirado, mas o dono da área de extração disse que desde que ele obteve a autorização para a terraplanagem do terreno, ele vinha vendendo o material para a mesma empresa", conta João Prata.

O dono do terreno recebia R$ 30 por tonelada de minério, enquanto os motoristas recebiam R$ 65 por tonelada transportada. A Polícia Civil ainda não tem uma estimativa de quantas toneladas foram extraídas desta forma, mas por noite o grupo carregava aproximadamente 150 toneladas do material.

O delegado afirmou que nas novas etapas da operação outras prisões devem ocorrer, incluindo a dos proprietários da empresa que comprava o minério em Sete Lagoas e revendia o material para siderúrgicas da região.

Em uma tentativa de se desvincular da compra irregular do minério, a empresa de Sete Lagoas que adiquiria o material roubado pagava os caminhoneiros em dinheiro vivo por meio de um posto de combustíveis próximo ao ponto de entrega da carga.

Os investigadores acreditam que pela área onde o grupo atuava, pode haver uma ligação entre seus integrantes e a organização que foi alvo de uma ação da Polícia Federal na semana passada por extrair minério de ferro ilegalmente às margens da BR040 em Nova Lima.

Fonte: Jornal O Tempo