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ZEMA ENCONTRA BOLSONARO E GUEDES PARA PEDIR AJUDA FINANCEIRA AO ESTADO
09abril / 2020
O encontro ocorreu após governador se recusar a assinar uma carta juntamente com outros 25 governadores; no documento, a decisão do presidente de defender que o país volte à normalidade foi criticada
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) se reuniu, nesta quinta-feira (9), com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em Brasília, para pedir socorro financeiro ao Estado. O encontro ocorreu após Zema se recusar a assinar uma carta juntamente com outros 25 governadores. Nela, os chefes do Executivo criticaram a decisão do presidente de defender que o país volte à normalidade.
Os principais pleitos pedidos pelo governador ao Planalto foram a compensação da perda do ICMS e o pedido para que instituições financeiras da União assumam a responsabilidade sobre a operação do leilão do nióbio. O ministro da Economia, Paulo Guedes, também participou do encontro.
Segundo o governador, antes mesmo da crise da Covid-19, o Estado enfrentava dificuldades para honrar os compromissos financeiros, como a folha do funcionalismo público: “Agora, com o coronavírus, essa situação ficou insustentável”. Zema explicou que a projeção do Estado, se a economia apresentar queda de 4%, isso vai representar perda de R$ 7,5 bilhões, neste ano, com ICMS. O Executivo acredita que vai se ter uma queda ainda mais significativa por conta da inadimplência da economia.
O mineiro ressaltou ações feita pela União, como a liberação de recursos para a saúde e do Fundo de Participação dos Estados (FPE), mas pontuou que a lógica de Minas é diferente porque a principal parte da receita não é proveniente do fundo. “No caso de Minas, que tem uma receita preponderante de ICMS e não do FPE, é de pouca valia o que o governo federal fez, e nos realmente precisamos de algo”, afirmou.
Ele ainda disse que concorda que o governo federal conceda recursos, desde que as administrações apresentem algo em troca. “Não é ceder recursos a troco de nada porque muita gente acaba se aproveitando de um momento como esse para poder gastar mais, para poder fazer outras coisas que não seja atender aquilo que realmente é necessário”, pontuou.
Zema ressaltou que concorda, se for necessário, que os servidores fiquem sem reajuste por um tempo para que a administração estadual possa receber esses recursos. O governador afirmou que o presidente recebeu bem os pedidos e que vai analisa-los.
“O presidente e o ministro reconheceram que os Estados tiveram uma queda expressiva no ICMS. E que aqueles que já estavam com a água na altura do nariz vão afogar se não tiver algum tipo de ajuda. Minas ainda tem a venda de algum ativo que poderia nos dar uma sobrevida, mas não é a solução definitiva. A solução definitiva, como eu já disse, passa pela reforma Previdenciária e por uma reforma administrativa que nós vamos encaminhar à Assembleia de Minas”, disse.
APÓS RECUO
A reunião ocorreu menos de duas semanas após Zema se recusar a assinar uma carta juntamente com outros 25 governadores do país em que contrariavam a decisão do presidente de que era preciso o país voltar à normalidade e de que somente as pessoas que pertencem ao grupo de risco deveriam permanecer em isolamento.
A atitude do mineiro causou mal-estar entre os chefes de administrações estaduais que consideram o ato como egoísta. Já o governador de Minas sustentou, na época, que não assinou a carta porque acredita que esse é um momento de todos os gestores públicos se unirem para o combate dessa pandemia. Internamente, aliados dele consideraram que a discordância pontual do Zema foi um ato de coragem.
PARTICIPANTES
Também participaram do encontro com Bolsonaro nesta quinta-feira (9), o ministro da Economia, Paulo Guedes; o secretário geral do Estado, Mateus Simões; o secretário da Fazenda, Gustavo Barbosa; e o secretário de Planejamento e Gestão, Otto Levy.