Durante a pandemia, ainda em meados de 2020, ocorrências de cinco tipos ligados à violência com a mulher, idoso e crianças passaram a ser registrados pela ferramenta

A Delegacia Virtual em Minas completou nesta sexta-feira (30) sete anos de funcionamento com o registo de mais de 1,5 milhão de ocorrências desde a sua criação. A maioria delas ligadas a extravios de documentos e objetos, acidente sem vítimas, danos e pessoas desaparecidas. Isso porque, quando foi criada, apenas esses registros eram atendidos. Em meados de 2020, crimes como agressão, lesão corporal, descumprimento de medida protetiva, ameaça e furtos passaram a ser registrados pela ferramenta.

Dados da Polícia Civil revelam que entre os crimes registrados via Delegacia Virtual em 2020, os furtos tiveram maior volume, com 17.586 ocorrências, uma média de 1.758 ocorrências registradas por mês, já que os números passaram a ser contabilizados a partir de fevereiro de 2020.

Nos três primeiros meses de 2021, o número de ocorrências de furtos registrados via Delegacia virtual chega a 5.590, o que representa 31,7% do que foi registrado no ano passado, mantendo uma média mensal um pouco mais alta de 1.863 ocorrências.

Ainda em 2020, a Delegacia Virtual registrou 996 ocorrências de ameaça, 221 de descumprimento de medida protetiva, 223 de lesão corporal, além de 143 de agressão. De acordo com o delegado e coordenador de Sistemas da Polícia Civil, Breno Azevedo de Carvalho, a inclusão desses crimes nas ocorrências virtuais se deu por conta do avanço da pandemia. Ele explica que uma pesquisa realizada à época da criação da Delegacia Virtual, ainda em 2014, apontou que a ferramenta traz economia para o Estado e para a população.

“Esse estudo demonstrou o preço da ocorrência naquela época. Atualizando os valores, cada ocorrência gera ao Estado um custo acima de R$ 20 e pro cidadão também. Porque o cidadão tem que deslocar, perde tempo de trabalho, as vezes alguma alimentação. Então se somarmos isso tudo e multiplicarmos pelo que já foi registrado, chegamos a uma monta de quase R$ 70 milhões de economia, tanto pro Estado quanto para o cidadão,” pontua.

A maioria dos crimes incluídos na Delegacia Virtual são a violência contra a mulher, crianças e idosos. A Delegada Luísa Drumond, que atua em Belo Horizonte na área de atendimento especializado a mulher, afirma que essas inclusões foram importantes em meio a pandemia.

“É um grande avanço nas políticas estaduais, principalmente na fase de pandemia, quando a recomendação é de que as pessoas fiquem em casa. Proporcionar esse canal para que a vítima possa denunciar sem ter que se deslocar até a delegacia é fundamental para que ela sinta o amparo estatal. Através da Delegacia virtual também é possível solicitar medidas protetivas. Todas essas ocorrências estão sendo recebidas pela Delegacia de Mulheres e sendo trabalhadas”, explica a delegada.

A Polícia Civil destaca que a ocorrência registrada pela ferramenta tem o mesmo valor da registrada em uma delegacia de forma presencial. Após finalizar o registro, o solicitante recebe via e-mail todos os dados da ocorrência.

Os interessados em fazer denúncias referentes aos crimes e ocorrências atendidas pela Delegacia Virtual podem acessar o site delegaciavirtual.sids.mg.gov.br

Fonte: Jornal O Tempo