Criminosos sequestravam parentes de funcionários para facilitar o assalto. Entre os suspeitos, está o dono de uma pousada em São Thomé das Letras

Uma quadrilha suspeita de roubos a agências bancárias foi desarticulada em operação da Polícia Civil em Minas Gerais. Um dos envolvidos era proprietário de uma pousada em São Tomé das Letras, no Sul de Minas. O prejuízo causado pelo grupo é estimado em R$ 5 milhões pela polícia, em crimes praticados no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Ceará e Minas Gerais.

As investigações apontam para um mesmo modo de operação nos crimes. O grupo identificava os funcionários da agência, reunia informações de familiares e realizavam um sequestro, coagindo gerentes e seguranças a colaborar com o roubo. O primeiro crime ocorreu em abril de 2014, em Tapejara (RS). Em novembro do mesmo ano, os suspeitos agiram em Loanda (PR). No ano passado, realizaram assaltos no Ceará, Rio Grande do Sul e Paraná. Neste ano, o crimes  aconteceram em São Mateus do Sul (PR) e em Três Corações,  quando deixaram pistas que levaram à prisão de quatro pessoas pela polícia mineira.

“Eles chegam à cidade, fazem um levantamento da rotina das vitimas, se informam sobre parentes, levantam endereços e todas as informações que possam ajudar na hora da ameaça. Eles são muito organizados e agem da mesma forma em todos os casos”, contou o delegado Ramon Sandoli, chefe do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp).

No assalto realizado em Três Corações, a quadrilha levou cerca de R$ 1,8 milhão. “Eles sequestraram os pais do gerente do banco e os manteve em cativeiro. No dia seguinte, um dos integrantes da quadrilha, foi à agência e obrigou o gerente a apresentá-lo aos funcionários como auditor da agencia. Todos que chegavam, eram obrigados a ficar na parte de dentro do prédio”, descreve o delegado Pedro Paulo Fonseca Marques, que também acompanhou o caso.

Pistas em São Paulo

O elo para desarticular a quadrilha surgiu com a prisão de um dos suspeitos, envolvido em outro crime, em Presidente Prudente (SP). “Nos avançamos na investigação com as informações  e chegamos à prisão de um dos suspeitos, que é proprietário de uma pousada em São Tomé das Letras. Ele dava cobertura e hospedagem para os ladrões fazerem o levantamento das vítimas, além de levá-los até os locais”, diz Sandoli.

Um outro suspeito foi preso na mesma cidade. “Prendemos ele quando voltava da cidade, para encontrar com uma namorada, que revelou mais detalhes do envolvimento”. Com mais informações, um homem e uma mulher fora presos em Presidente Prudente (SP), quando tentavam fugir da Polícia. Os quatro suspeitos foram apresentados nesta segunda-feira em Belo Horizonte. As investigações continuam em busca dos demais integrantes da quadrilha.

 

Fonte: Jornal O Tempo