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PARA COMBATER FEMINICÍDIO, POLÍCIA CIVIL CRIA NÚCLEO DE INVESTIGAÇÃO EM BH
16maio / 2019
Somente entre janeiro e abril deste ano, 42 mulheres foram vítimas de feminicídio no Estado; novo núcleo terá foco total nas investigações dos crimes
O alto índice de feminicídio em Belo Horizonte e Minas Gerais é o motivo da criação do Núcleo Especializado de Investigação de Feminicídios da Polícia Civil, inaugurado nesta quarta-feira (15) na sede do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro São Cristóvão, na região Nordeste da capital. Com uma equipe formada por uma delegada, uma escrivã e três investigadores, o núcleo ficará exclusivamente responsável pela investigação de casos de assassinatos contra mulheres.
Na prática, a porta de entrada dos crimes continua a mesma. Em caso de violência doméstica, as mulheres continuam a procurar as delegacias especializadas e o disque denúncia 180. O que muda é a condução da investigação. “Os inquéritos de feminicídio atualmente são espalhados por toda a delegacia. Quando a gente reúne uma equipe específica para trabalhar em cima do caso, temos muito mais potencial e tempo para investigar e chegar a prisão do autor com mais brevidade”, explica a delegada Ingrid Estevam.
Entre janeiro e abril deste ano, 42 mulheres foram vítimas de feminicídio em Minas Gerais. Somente na capital, desde a criação da Lei do Feminicídio, em 2015, 52 casos foram registrados. Chama atenção que em apenas um deles a vítima possuía medida protetiva. “Quantas outras poderiam estar com medida e quantos autores poderiam estar presos? O objetivo é que as mulheres procurem e acionem a Polícia Civil”, alertou a delegada Ingrid Estevam.
Pesquisa da Polícia Civil mostra que a maioria das mulheres mortas em BH pertence a faixa etária de 21 a 25 anos; 53% delas são de cor parda, 25%negra e 22% branca. Conforme o estudo, a maioria dos crimes, 58%, é por motivação passional, enquanto 38% são por motivos fúteis. Cerca de 70% dos feminicídios foram cometidos por companheiros ou ex-companheiros das vítimas e o dia da semana mais comum para cometimento desses crimes é a sexta-feira.