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MAIS UMA PESSOA É PRESA POR ENVOLVIMENTO NO CASO DE CONSTRUTORA INVESTIGADA POR ABANDONO DE OBRAS EM DIVINÓPOLIS
25setembro / 2018
Segundo a Polícia Civil, detida é sobrinha de uma das sócias da empresa e é apontada como 'laranja' em esquema que teria causado prejuízo milionário na cidade
Mais uma pessoa foi presa por envolvimento no caso de construtora investigada por abandono de obras em Divinópolis. De acordo com a Polícia Civil, trata-se da sobrinha de uma das sócias da empresa e é apontada como 'laranja' no esquema que teria causado prejuízo milionário na cidade.
De acordo com a delegada Adriene Lopes de Oliveira Nunes, todo o dinheiro obtido com a venda dos imóveis pela RBH Construtora Ltda era depositado na conta de Gabriela Barros Brandão, de 27 anos.
Ela foi presa em Belo Horizonte após cumprimento de mandado busca e apreensão no escritório da empresa na capital mineira e na casa da mãe da jovem. Contudo, nada foi apreendido.
"Gabriela era titular de uma conta bancária onde eram feitos depósitos da construtora. Várias vítimas que compraram apartamentos depositavam na conta particular e ela foi beneficiária de um grande montante", explicou a delegada.
Ainda conforme a delegada, a jovem vai cumprir prisão preventiva em Divinópolis e vai ser ouvida na cidade ainda na noite desta segunda-feira.
Na última sexta-feira (21), os sócios da empresa foram detidos em Itajaí (SC) e tiveram a prisão preventiva decretada.
Péricles Hazana Marques Júnior, a esposa e sócia Sandra Mara de Oliveira Barros, e o filho Rafael Marques, que seria o responsável administrativo da construtora, foram levados para o Complexo Penitenciário de Itajaí, mas seriam transferidos para Minas Gerais ainda no início desta semana.
A reportagem ainda não conseguiu contato da defesa de nenhum dos detidos.
Denúncia
Há mais de uma semana, em torno de 50 pessoas procuraram a Polícia Civil de Divinópolis para denunciar a RBH Construtora Ltda, apontando que os proprietários encerraram as atividades da empresa sem entregar os imóveis aos clientes.
Conforme o delegado regional, Leonardo Pio, os três empreendimentos abandonados pela construtora somam cerca de 80 apartamentos, que eram vendidos entre R$ 300 mil e R$ 1 milhão. O prejuízo já é estimado em mais de R$ 50 milhões.
Na época das denúncias, os sócios haviam deixado a cidade. Péricles, Sandra e Rafael foram localizados na última sexta-feira durante o cumprimento de um mandado de prisão e em ação conjunta da Polícia Civil de Minas Gerais com a Polícia Federal de Santa Catarina.
Em entrevista ao G1, o delegado regional da Polícia Civil informou que as investigações apontam que os sócios da construtora simularam uma separação recentemente para que Sandra pudesse ficar com todo o patrimônio do casal. Além disso, ela teria simulado um pedido para que a sociedade entre os dois fosse desfeita.
“Desde a instauração do inquérito policial, a Polícia Civil está investida no caso para identificar vítimas e apurar o envolvimento de cada investigado. A partir de então, percebendo a magnitude da fraude realizada por eles, pedimos a prisão preventiva dos mesmos. E, através do nosso serviço de inteligência, conseguimos localizá-los em Santa Catarina e efetuar a prisão com apoio da Polícia Federal do Estado”, explicou.
Suspeita de novos golpes
Ainda de acordo com Leonardo Pio, tudo indica que os sócios premeditaram a ação. Antes de encerrarem as atividades da empresa, Péricles e Sandra teriam vendido a casa onde moravam com o filho por um valor inferior ao de mercado.
"Eles venderam a casa que tinham em Divinópolis, avaliada em cerca de R$ 3,5 milhões, por um valor bem abaixo do de mercado. Pelo que apuramos, a venda foi realizada por R$ 1,4 milhão. Em seguida, eles encerraram as atividades da empresa e saíram da cidade", explicou.
Além da venda da residência, a Polícia Civil apurou que os suspeitos teriam aberto três firmas no estado de Santa Catarina nos últimos 60 dias, o que, de acordo com o delegado regional, indica que eles tentariam aplicar o mesmo golpe no estado.
Se comprovado os fatos, os presos poderão responder pelos crimes de estelionato, organização criminosa, lavagem de dinheiro e crime falimentar, previsto na Lei de Falências. Na cidade, a Polícia Civil estima que existam cerca de 80 vítimas. No entanto, Leonardo Pio disse que nem todos compareceram à delegacia para denunciar.