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DELEGADO DETALHA OPERAÇÃO MALEBOLGE QUE RESULTOU EM CINCO PRISÕES POR SUPOSTO DESVIO DE RECURSOS PÚBLICOS EM ARAXÁ
12agosto / 2020
Segundo Renato Alcino, desvio era realizado a partir de contratos de prestação de serviços de transportes. Durante a ação, bens foram apreendidos e bloqueados, entre eles, depósitos em instituições financeiras totalizando R$ 3 milhões.
O delegado da Polícia Civil, Renato Alcino, concedeu uma entrevista coletiva nesta terça-feira (11), para dar detalhes da Operação "Malebolge" em Araxá, que terminou com cinco prisões por suposto desvio de recursos públicos e cumprimento de mandados de busca e apreensão na cidade.
Apesar de a Polícia Civil não ter divulgado o nome dos investigados, entre os presos está a ex-secretária de Governo da Prefeitura, Lucimary Ávila. O advogado dela, Luiz Otávio, disse para a TV Integração que ainda vai tomar conhecimento da situação e, por isso, preferiu não se pronunciar. Quanto aos demais detidos, a reportagem não conseguiu as identidades dos mesmos até a última atualização desta matéria.
De acordo com o delegado, além da ex-secretária, que estava afastada das atividades para concorrer a cargo político, também foram presos o marido dela, que trabalhava na Secretaria de Fazenda, outro assessor que também atuava na pasta e dois sócios de uma empresa de fornecimento de transporte por van, que também são suspeitos de participarem do esquema.
O departamento jurídico da Prefeitura informou que o município não tem conhecimento das investigações, já que elas são sigilosas. Disse ainda que está à disposição da polícia fornecendo informações e documentos solicitados.
ENTENDA O CASO
O Delegado Renato Alcino explicou na coletiva que as investigações estão em andamento para apurar uma licitação de uma empresa de transporte no município e deu detalhes do esquema.
“Vencida a licitação, a secretária de governo emitia ordem de serviço para que essa empresa realizasse viagens e, nesse sentido, depois da viagem supostamente realizada, eram emitidos relatórios. Feito isso, os valores eram transferidos por meio eletrônico para a empresa e essa empresa repassava parte para o grupo criminoso”, explicou.
“Identificamos que havia naquelas circunstâncias determinadas execuções de viagens que não se concretizavam. A polícia e a Prefeitura não encontraram indícios e nem elementos que comprovassem a execução das viagens indicadas”, completou.
BENS APREENDIDOS E BLOQUEADOS
No total, dez imóveis foram alvos de cumprimento de busca e apreensão, 23 imóveis foram bloqueados nos sistemas de informação da polícia, 18 veículos apreendidos e 16 imóveis do grupo foram bloqueados, entre eles uma fazenda pertencente ao sócio da empresa.
Foram bloqueados ainda valores e bens depositados em instituições financeiras, totalizando cerca de R$ 3 milhões, até o momento. Ainda foram apreendidos documentos, computadores, HDs e outros equipamentos eletrônicos para continuidade das investigações.
Participaram da ação coordenada pelo delegado Renato Alcino, policiais civis da Delegacia de Trânsito em Araxá, com o apoio da Delegacia Regional de Polícia Civil em Araxá e supervisão do chefe de Departamento de Polícia Civil em Uberaba, Francisco Eduardo Gouvea Motta.
APOIO NA OPERAÇÃO
A ação ainda teve o apoio do Poder Judiciário, por meio do Ministério Público (MP), do Ministério Público de Contas e também do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Os suspeitos detidos fizeram exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Araxá e foram conduzidos ao presídio de Sacramento, por questões de protocolo diante da pandemia de Covid-19.